Duas cidades baianas têm emendas suspensas pelo STF por suspeita de irregularidades

Coração de Maria é uma das cidades citadas pelo STF Prefeitura Municipal de Coração de Maria Camaçari e Coração de Maria estão entre os nove município...

Duas cidades baianas têm emendas suspensas pelo STF por suspeita de irregularidades
Duas cidades baianas têm emendas suspensas pelo STF por suspeita de irregularidades (Foto: Reprodução)

Coração de Maria é uma das cidades citadas pelo STF Prefeitura Municipal de Coração de Maria Camaçari e Coração de Maria estão entre os nove municípios com emendas suspensas pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (15), por suspeita de irregularidades. A decisão foi tomada após auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU), que mirou as 10 cidades mais beneficiadas com a medida entre 2020 e 2024. O caso será encaminhado para a Polícia Federal (PF) investigar. Em Camaçari, foi apontado pelo STF um desvio do objeto da execução do contrato, que é quando ações que não estavam previstas são tomadas, sem autorização prévia do concedente, que, neste caso, é o governo federal. Em Coração de Maria (BA), o STF cita a contratação de uma empresa sem comprovação de capacidade técnica. 📲 Clique aqui e entre no grupo do WhatsApp do g1 Bahia Segundo as gestões baianas, o dinheiro foi destinado a obras ocorridas nas duas cidades. Os valores não foram divulgados. No caso de Coração de Maria, a prefeitura aponta três emendas de maior montante, que financiaram contratos de obras de pavimentação, drenagem, reforma de praça e escola, além de serviços e fornecimentos. Já em Camaçari, o ex-prefeito Edinaldo Araújo (União Brasil), que geriu o município até o ano passado, informou que o dinheiro era destinado à manutenção corretiva, preventiva, ampliação e construção de redes de drenagem na cidade. O que dizem as prefeituras Imagem aérea de Camaçari Divulgação/Prefeitura/José Carlos Almeida Em nota, a Prefeitura de Coração de Maria informou que já apresentou defesa técnica, com "extensa documentação", e que aguarda com confiança a análise final da auditoria. A gestão também destacou que as observações feitas no relatório são de caráter "formal e técnico", em um contexto de mudanças recentes na legislação federal, e já foram "devidamente respondidas". Por fim, a prefeitura reafirmou compromisso com a legalidade, a transparência e a "correta aplicação" dos recursos públicos, se colocando à disposição para esclarecimentos adicionais. Em posicionamento, a Prefeitura de Camaçari destacou que a situação aconteceu durante a gestão anterior. Já Elinaldo Araújo, ex-prefeito de Camaçari, negou qualquer irregularidade na aplicação das emendas parlamentares enquanto esteve na gestão. Segundo ele, os serviços foram realizados para melhorar a qualidade de vida da população. Na nota, Elinaldo também apontou a aprovação de suas contas pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) como indícios de ausência de irregularidades do contrato. Decisão de Flávio Dino O ministro Flávio Dino, durante sessão da Primeira Turma do STF em setembro de 2025 Evaristo Sá/AFP No total, as prefeituras investigadas receberam R$ 724,8 milhões via "transferências especiais", que ficaram conhecidas como "emendas PIX", pela agilidade no repasse. 💲Emendas individuais de transferência especial, ou emendas PIX, foram criadas em 2019 e ficaram conhecidas assim pela dificuldade na fiscalização dos recursos, uma vez que os valores são transferidos por parlamentares diretamente para estados ou municípios sem a necessidade de apresentação de projeto, convênio ou justificativa – por isso, não há como fiscalizar qual função o dinheiro terá na ponta. Governo paga R$ 2,3 bilhões em emendas PIX Das 10 cidades da lista, apenas São Paulo (SP) cumpriu os requisitos de rastreabilidade e transparência determinados. Confira as irregularidades das demais abaixo: Carapicuíba (SP): falhas na formalização de processo licitatório; São Luiz do Anauá (RR): obras paralisadas, com prazo de vigência terminado; São João de Meriti (RJ): indicativos de superfaturamento; Iracema (RR): objetos executados fora das especificações técnicas; Rio de Janeiro (RJ): indícios de superfaturamento; Sena Madureira (AC): ausência de documentos que comprovem a entrega do produto; Camaçari (BA): desvio do objeto da execução do contrato; Coração de Maria (BA): contratação de empresa sem comprovação de capacidade técnica; Macapá (AP): indícios de superfaturamento. Além de determinar o encaminhamento do caso para investigação da PF, Flávio Dino também determinou à CGU que amplie a apuração sobre emendas destinadas a outras localidades "à vista do altíssimo índice de problemas identificados em 9 dos municípios auditados". "A continuidade é necessária para separar o joio do trigo, evitar injustiças, possibilitar o exercício pleno do direito de defesa e aplicar as sanções cabíveis após o devido processo legal", concluiu o magistrado. Congresso tenta se blindar no caso das emendas Assista aos vídeos do g1 e TV Bahia 💻

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